sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Cinomose canina

Por Juliana Cristina de Oliveira Pierre, MV
DrKarel&EquipeVet

A cinomose é uma doença multissistêmica que atinge animais de quaisquer faixas etárias. Causada por um vírus do gênero Morbilivirus, acomete várias espécies de carnívoros, tais como cães, lobos, leões, leopardos, raposas, ferrets, gambás, entre outros.
Sua transmissão ocorre por contato direto, através de partículas virais presentes nas secreções oronasais, urina, fezes, saliva e placenta de animais infectados.
A multiplicação viral inicial se dá no trato respiratório em cerca de 2 a 4 dias após a infecção, e ocorre então sua disseminação pelo organismo, atingindo principalmente órgãos do sistema linfoide (baço, linfonodos, fígado), gastrointestinal e, por ultimo, sistema nervoso central.
Animais imunocompetentes podem conseguir eliminar o vírus dos tecidos, sem aparecimento dos sintomas. No entanto, aqueles que possuem algum grau de incompetência imunológica tem a instalação do vírus, podendo este permanecer incubado por longos períodos e ser transmitido à animais susceptíveis, causando sintomas incompatíveis com a vida.
A gravidade das alterações decorrentes da infecção depende de fatores como a imunidade do animal, condições ambientais e cepa viral envolvida.
O animal pode apresentar febre (39,5 a 41°C), tosse improdutiva ou produtiva, pneumonia, broncopneumonia por infecção secundária, dispneia (falta de ar), descarga nasal e ocular, ceratoconjuntivite (olho seco), prostração, depressão, diminuição do apetite e anorexia (falta total de apetite), episódios de vômito e diarreia.
Podem, ainda, aparecer sintomas relacionados à pele, como hiperqueratose (aumento da quantidade de queratina – aspecto grosseiro) nasal e digital (figuras 1 e 2).

Figura 1: Hiperqueratose plantar/digital em um cão.
Figura 2: Hiperqueratose nasal em um cão.
Fonte: http://petcare.com.br/blog/cinomose-o-que-voce-precisa-saber-sobre-ela/


Por ultimo, os sintomas neurológicos geralmente acontecem de forma progressiva e irreversível, sendo marcados por convulsões, paralisia e paraplegia, ataxia, andar em círculos, e mioclonias (movimentos musculares repetitivos involuntários).
O diagnóstico geralmente se dá através da associação da história clínica do animal – jovem (2 a 6 meses) e/ou não vacinado – com os sintomas que apresenta e os achados laboratoriais, como diminuição das células de defesa (principalmente linfócitos) e inclusões virais em linfócitos, monócitos– células da série branca do sangue – e eritrócitos – células da série vermelha do sangue.
Na maioria das vezes, os sintomas clínicos sugerem fortemente a doença, no entanto, outros exames podem ajudar a determinar o diagnóstico, como sorologia e análise do fluido cérebroespinhal.
O tratamento da doença é paliativo ou de suporte, e geralmente frustrante. Não existem drogas antivirais de valor prático no tratamento da cinomose em cães, portanto, a profilaxia da doença é que se faz necessária.
A vacinação de cães filhotes e revacinação anual se mostra como método mais eficaz na prevenção da cinomose canina (figura 3).
 
Figura 3: Vacinação de um cão.
Fonte: http://www.cachorroideal.com/2010/06/vacinacao-para-caes.html


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Referências


MARTINS, Danieli Brolo; LOPES, Sonia Terezinha dos Anjos; FRANÇA, Raqueli Teresinha. CINOMOSE CANINA – REVISÃO DE LITERATURA. Acta Veterinaria Brasilica, Mossoró-RN, v. 3, n. 2, p.68-76, 2009.

PEREIRA, Marcel P.. Cinomose Canina. Disponível em: <http://www.webvet.com.br/sala-especialistas/Artigos/Cinomose canina.pdf>. Acesso em: 07 fev. 2014.


SANTOS, Brunno Medeiros dos. CINOMOSE CANINA – REVISÃO DE LITERATURA. 2006. 18 f. Monografia (Especialização) - Curso de Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, Universidade Castelo Branco, Goiânia, 2006. Disponível em: <http://qualittas.com.br/uploads/documentos/Cinomose Canina - Revisao de Literatura - Brunno Medeiros dos Santos.PDF>. Acesso em: 07 fev. 2014.