Por
Juliana Cristina de Oliveira Pierre, MV
DrKarel&EquipeVet
A cinomose é uma
doença multissistêmica que atinge animais de quaisquer faixas etárias. Causada por um vírus do gênero Morbilivirus, acomete várias espécies de carnívoros, tais como
cães, lobos, leões, leopardos, raposas, ferrets, gambás, entre outros.
Sua transmissão
ocorre por contato direto, através de partículas virais presentes nas secreções
oronasais, urina, fezes, saliva e placenta de animais infectados.
A multiplicação viral
inicial se dá no trato respiratório em cerca de 2 a 4 dias após a infecção, e
ocorre então sua disseminação pelo organismo, atingindo principalmente órgãos
do sistema linfoide (baço, linfonodos, fígado), gastrointestinal e, por ultimo,
sistema nervoso central.
Animais
imunocompetentes podem conseguir eliminar o vírus dos tecidos, sem
aparecimento dos sintomas. No entanto, aqueles que possuem algum grau de
incompetência imunológica tem a instalação do vírus, podendo este permanecer incubado por longos períodos e ser transmitido à animais susceptíveis, causando sintomas incompatíveis com a vida.
A gravidade das
alterações decorrentes da infecção depende de fatores como a imunidade do
animal, condições ambientais e cepa viral envolvida.
O animal pode
apresentar febre (39,5 a 41°C), tosse improdutiva ou produtiva, pneumonia,
broncopneumonia por infecção secundária, dispneia (falta de ar), descarga nasal
e ocular, ceratoconjuntivite (olho seco), prostração, depressão, diminuição do
apetite e anorexia (falta total de apetite), episódios de vômito e diarreia.
Podem, ainda,
aparecer sintomas relacionados à pele, como hiperqueratose (aumento da
quantidade de queratina – aspecto grosseiro) nasal e digital (figuras 1 e 2).
Figura 1: Hiperqueratose plantar/digital em um cão.
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Figura 2: Hiperqueratose nasal em um cão.
Fonte: http://petcare.com.br/blog/cinomose-o-que-voce-precisa-saber-sobre-ela/
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Por ultimo, os
sintomas neurológicos geralmente acontecem de forma progressiva e irreversível,
sendo marcados por convulsões, paralisia e paraplegia, ataxia, andar em
círculos, e mioclonias (movimentos musculares repetitivos involuntários).
O diagnóstico geralmente
se dá através da associação da história clínica do animal – jovem (2 a 6
meses) e/ou não vacinado – com os sintomas que apresenta e os achados
laboratoriais, como diminuição das células de defesa (principalmente
linfócitos) e inclusões virais em linfócitos, monócitos– células da série
branca do sangue – e eritrócitos – células da série vermelha do sangue.
Na maioria das vezes,
os sintomas clínicos sugerem fortemente a doença, no entanto, outros exames
podem ajudar a determinar o diagnóstico, como sorologia e análise do fluido
cérebroespinhal.
O tratamento da
doença é paliativo ou de suporte, e geralmente frustrante. Não existem drogas
antivirais de valor prático no tratamento da cinomose em cães, portanto, a
profilaxia da doença é que se faz necessária.
A vacinação de cães
filhotes e revacinação anual se mostra como método mais eficaz na prevenção da
cinomose canina (figura 3).
Figura 3: Vacinação de um cão.
Fonte: http://www.cachorroideal.com/2010/06/vacinacao-para-caes.html
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MARTINS, Danieli
Brolo; LOPES, Sonia Terezinha dos Anjos; FRANÇA, Raqueli Teresinha. CINOMOSE
CANINA – REVISÃO DE LITERATURA. Acta Veterinaria Brasilica, Mossoró-RN,
v. 3, n. 2, p.68-76, 2009.
PEREIRA, Marcel
P.. Cinomose Canina. Disponível em:
<http://www.webvet.com.br/sala-especialistas/Artigos/Cinomose
canina.pdf>. Acesso em: 07 fev. 2014.
SANTOS, Brunno
Medeiros dos. CINOMOSE CANINA – REVISÃO DE LITERATURA. 2006.
18 f. Monografia (Especialização) - Curso de Clínica Médica e Cirúrgica de
Pequenos Animais, Universidade Castelo Branco, Goiânia, 2006. Disponível em:
<http://qualittas.com.br/uploads/documentos/Cinomose Canina - Revisao de
Literatura - Brunno Medeiros dos Santos.PDF>. Acesso em: 07 fev. 2014.